19 de set. de 2016

Um espírito de insurreição está varrendo a cidade de Pinheiro. A maior caminhada já realizada na cidade reúne uma multidão com Luciano 11

Milhares de pessoas voluntariamente participaram da caminhada de Luciano 11, no sábado (17). Foi a maior caminhada de todos os tempos de Pinheiro. Não teve distribuição de combustível e nem convocação  de aliados das outras cidades. Ademais: quem estava dentro de casa, saiu pra rua também! 
E sábado (1) vai ser maior, quando da chegada dos pinheirenses que moram fora da cidade.

Esse fato das multidões nas ruas de Pinheiro me faz lembrar a peça teatral de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes escrita em 1975: ”A Gota d’água”. Atingiu-se agora a gota d’água que fez transbordar o copo. Os autores de alguma forma intuíram o atual fenômeno ao dizerem no prefácio da peça em forma de livro: “O fundamental é que a vida brasileira possa, novamente, ser devolvida, nos palcos, ao público brasileiro… Nossa tragédia é uma tragédia da vida brasileira”. Ora, esta tragédia é denunciada pelas massas que gritam nas ruas. Esse Brasil que temos não é para nós; ele não nos inclui no pacto social que sempre garante a parte de leão para as elites. Querem um Brasil brasileiro, onde o povo conta e quer contribuir para uma refundação do país sobre outras bases: democrático-participativas,  éticas e com formas menos malvadas de relação social.
Esse grito não pode deixar de ser escutado, interpretado e seguido. A política poderá ser outra daqui para frente...
Um grito de  efeito de saturação: o povo se saturou com o tipo de política que está sendo praticada na cidade de Pinheiro  inclusive por um prefeito. E agora o que? Bem dizia o poeta cubano Ricardo Retamar: “o ser humano possui duas fomes: uma de pão que é saciável; e outra de beleza que é insaciável”. Sob beleza se entende educação, cultura, reconhecimento da dignidade humana e dos direitos pessoais e sociais como  saúde com qualidade mínima e transporte menos desumano.

Um espírito de insurreição está varrendo toda a cidade de Pinheiro, ocupando o único espaço que lhes restou: as ruas e as praças. O movimento está apenas começando.
Por William Redondo, confira aqui!
Enviado por Eri Santos Castro.
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