31 de mar. de 2015

Uma das poucas revistas da esquerda brasileira fala sobre erros e descaminhos do PT

CARTACAPITAL FALA SOBRE ‘ERROS E DESCAMINHOS’ DO PT

O especial de CartaCapital sobre o PT começa com Rodrigo Martins argumentando que os outros partidos de esquerda e as ideias progressistas pagam a conta pelo desgaste do PT. Ele menciona a hostilidade a ciclistas e as ameaças ao jornalista Leonardo Sakamoto como sintomas de que todos estão sendo tomados como corruptos. “Por causa dos equívocos do PT, o discurso da esquerda foi silenciado”, diz Renato Janine Ribeiro. “A radicalização inviabiliza qualquer debate sério”.

(Curiosamente, Eugênio Bucci, em Época, avisa a seus leitores para ter cuidado, pois “esquerda não é sinônimo de corrupção.)

Em seguida vem Mino Carta, ainda falando diretamente sobre o PT. “Só a ideia sobrou”, escreve o diretor da revista. “O homem sábio tem razões para temer quem começa à esquerda e acaba à direita, como FHC ou José Dirceu”, diz uma das chamadas. Mino diz que quem sonhou com um partido revolucionário e anticapitalista apostou errado.
O artigo seguinte, de Alfredo Bosi, mostra que a revista opinou demais na capa – e distorceu, ao reduzir todos os textos à opinião do diretor. Bosi escreve que o PT se tornou bode expiatório fácil de todas as situações difíceis por que passa o Brasil em um contexto internacional difícil. “A parte de responsabilidade que lhe cabe é hipertrofiada”, diz o professor.
Fábio Konder Comparato escreve que o PT se tornou uma triste nulidade política. Considera que é demonstrada pela leitura de seu estatuto, de 2013, pois não há ali uma única palavra sobre os objetivos do partido. O trecho aparece somente no fim do artigo, pois, no restante, Comparato faz uma reflexão sobre a vida política brasileira – moldada por quatro séculos de escravidão.
Carlos Lessa assina o artigo seguinte. Aqui acontece algo curioso, no contexto da chamada da revista: ele simplesmente não menciona o PT. Ele enxerga exaustão na 
Nova República e vê uma crise social, composta por crises econômica, política e institucional. “Quem propõe a pauta que permitirá organizar nosso futuro? Quem garantirá nossa governabilidade?” Para Lessa, os três poderes são responsáveis.
Com Análise de Mídia.

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